segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

O design cool dos holandeses - consciência de materiais, simplicidade e bem-estar

Papel de parede da dupla Job Smeets e Nynke Tynagel, da Studio Job, faz parte da mostra no MCB


Os designers que estão se formando na Design Academy, de Eindhoven, e na Gerrit Rietveld Academie, de Amsterdam, as duas escolas mais prestigiadas da Holanda quando o assunto é design, estão basicamente preocupados em criar peças simples, funcionais e de materiais como plástico, tecido e madeira. Essa é a percepção do curador Jorn Konijn, responsável pela seleção das peças que fazem parte da mostra Design holandês hoje: objetos que indicam a casa de amanhã, em cartaz no Museu da Casa Brasileira até 24 de abril. 

Konijn, curador independente que mora em Amsterdam, veio ao Brasil para acompanhar a abertura da exposição e conta que escolheu as peças em "graduation shows" que ele visita regularmente para conhecer jovens talentos. Dentro do museu, o visitante poderá ver bicicletas de madeira, utensílios de cozinha, luminárias, móveis, papel de parede, espelhos, roupas e cadeiras. 

"Funcionalidade, simplicidade e materiais são as três preocupações de um designer holandês contemporâneo", diz Konijn, que é formado em Cinema e também se interessa por temas como mobilidade urbana e arquitetura, sobre os quais já palestrou no Brasil.

Na abertura da mostra, o Consulado Geral da Holanda lançou um concurso para a criação de um bicicletário para a cidade de São Paulo. As inscrições já estão abertas e os projetos mais legais serão premiados com bicicleta VanMoof, porcelana Delft Blue e mobília da Dutch Design. Saiba mais em http://www.projecthub.com.br/oportunidades/designholandes


Design holandês hoje: objetos que indicam a casa de amanhã


Visitação: até 24 de abril

Local: Museu da Casa Brasileira (11) 3032.3727
Av. Brig. Faria Lima, 2705 – Jd. Paulistano


Horários: De terça a domingo, das 10h às 18h
Ingressos: R$7 e R$3,50 (meia-entrada) | Crianças até 10 anos e maiores de 60 anos são isentos.
Gratuito aos finais de semana e feriados.

Acesso a pessoas com deficiência / Bicicletário com 40 vagas
Estacionamento pago no local

Visitas orientadas: (11) 3026.3913 / agendamento@mcb.org.br


Planta de feltro Sanseveria Divina, da dupla Nicole Driessens e Ivo van den Baar, da marca Wandschappen. A peça foi criada para homenagear as mais de 160 nacionalidades que vivem no bairro Rotterdam Charlois, na Holanda. "Quando você cria plantas, você se sente em casa", dizem os criativos


Lung Plants do designer Tim van Cromvoirt. As luminárias "respiram", oferecendo sensação de tranquilidade a quem estiver no espaço





Luminárias de cobre de David Derksen





Bicicletas de madeira de Jan Gunneweg (mandeira de reflorestamento), Bob Schiller (branca) e VanMoof, de Sjoerd Smit (preta)

 Banco Tutu, da designer Lenneke Langenhuijsen




quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

De feio, sujo e malvado a queridinho - o vintage industrial

Linha industrial da Docol que será lançada na Expo Revestir 2016 
Você tem uma estante de ferro descascada guardada na garagem ou no depósito do seu apartamento? Pode pegar que "está usando agora". Já faz alguns anos que o estilo vintage industrial começou a fazer parte das lojas de móveis descoladas, mercados de pulgas e residências hipsters -  e as peças de metal, com ar de velhas, sujas e maltratadas viraram item de colecionador e inspiração para a casa contemporânea.

Essa vontade de ter em casa a sensação de estar dentro de um loft americano, com parede de tijolinho e muito móvel de metal também passou a inspirar os designers de grandes empresas, como a Docol, empresa 100% brasileira, há 60 anos no mercado.

Antes da estreia na Expo Revestir na semana que vem, a empresa antecipou o lançamento de seus novos produtos, entre eles, a linha Industrial de torneiras e misturadores, que é o máximo! As peças são tão bacanas que foram criadas de maneira que elas "envelhecem" com ação do tempo, para dar mais veracidade ao conceito. "Essa linha nasceu para ser imperfeita", diz Marcus Menezes, diretor de marketing da Docol.

Para entender como o vintage industrial se apresenta em ambientes, selecionei algumas fotos que estão no final desse post. Algumas lojas em São Paulo apostam na tendência e sempre vale dar uma passadinha para entender (Desmobilia, Collector 55, À La Garçonne - em Pinheiros, e Verniz, no centro de São Paulo). Interessou-se pelo assunto? E que tal programar uma visitinha no ferro-velho perto da sua casa? Já pensou nisso?


As peças são fabricadas em latão e envelhecem com o tempo
A versão preta pode ser usada na cozinha ou em banheiros

A parte colorida da peça é um charme


Escrivaninha de metal descascado: um luxo contemporâneo

Um estante de metal de escritório já traz a sensação do vintage industrial



Esse armário da década de 60 poderia estar numa escola americana ou em um vestiário e hoje faz parte de um escritório residencial



Mesmo que a peça seja nova, como é o caso dessas luminárias, o efeito é fantástico


Cadeiras de metal sobre piso de ladrilho hidráulico: a combinação ideal entre o frio e o feito artesanalmente

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Burberry - de marca pirateada e monótona a grife de desejo

O trench coat nunca sai da passarela da Burberry - em versão longa no desfile de hoje, em Londres


A Burberry sempre fabricou as capas dos militares britânicos que lutaram em guerras - bom tecido de gabardine, xadrez inconfundível no forro e celebridades que gostavam de desfilar de trench. A marca poderia ter estacionado ali mesmo, vivendo dessa herança pelo resto da vida. Não quis. Ainda bem.

Em 2006, depois de ver amargar vendas e popularidade, com cópias toscas do xadrez pelos quatro cantos do mundo, tomou três atitudes que alavancaram o nome da marca ao Olimpo das marcas de desejo.

1. Contrataram uma mulher, Angela Ahrendts, para tirar a marca do limbo. Ela descobriu que a criação era descentralizada, que o carro-chefe da empresa, o trench coat de gabardine, estava em segundo plano, e que nem os executivos da empresa ou os vendedores, usavam peças da marca, mesmo tendo descontos altos para comprar. 

2. Angela chamou Christopher Bailey para ser o diretor criativo da Burberry. Ele transformou o trench em objeto de desejo, criando versões com tecidos e acessórios diferentes e extrapolou o xadrez para um cartela de cores diversa.

3. Chamaram Mario Testino para fotografar campanhas e vídeos e as modelos Kate Moss e Naomi Campbell personificaram o British style de maneira contemporânea.

Somado a isso, o fato de a marca ter sido a primeira a apostar na transmissão do desfile via streaming em tempo real para o mundo inteiro e outras ações em redes sociais que só ajudaram a consolidar a marca no universo do luxo. A Burberry hoje é tão famosa quanto a realeza britânica, o chá das cinco e o fog londrino. 


Um bom casaco com inspiração militar nunca sai do guarda-roupa

Camisa com inspiração na capinha do trench coat
A clássica padronagem xadrez da Burberry em cartela diferente de cor

Trunfo da marca: misturar casacos pesados com lindos vestidos de festa

Mais um casaco com inspiração militar





quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

As cores de Edward Hopper no filme Carol - pinturas quadro a quadro

Rooney Mara e Cate Blanchett em cena do filme Carol. As duas concorrem ao Oscar (melhor atriz coadjuvante e melhor atriz)


 A direção de arte de um filme, para mim, é tão importante quanto o roteiro ou a escolha dos atores. Porque quando ela é bem feita, ela também ajuda a contar a história. O filme Carol, dirigido por Todd Haynes, é um desses exemplos em que o figurino, o cenário e as locações formam um conjunto tão uníssono que cada frame parece uma pintura. E são.

As cores esmaecidas parecem tiradas das telas de Edward Hopper, um dos mais importantes pintores do início do século 20. Hopper também viu seu auge na década de 50, a mesma época em que se passa o romance de Patricia Highsmith, que serviu de inspiração para o filme. O longa conta a história de uma dona de casa burguesa que se apaixona por uma balconista.

Rosas queimados, verdes-floresta, beges, marrons e uma pinceladas de vermelho foram as cores escolhidas pela equipe do filme não só para as locações e filtros usados nas filmagens, como também para os figurinos impecáveis de Cate Blanchett e Rooney Mara.



O figurino de época é um dos melhores atrativos do filme Carol


A direção de arte é tão perfeita que cada frame é uma pintura


Hotel Room, de 1931, de Edward Hopper
New York Office, de 1962

Nighthawks, de 1942

Western Motel, de 1957

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Um vestido e um amor - Diane von Furstenberg

A estilista Diane von Furstenberg é a melhor. Inventou um vestido envelope de jérsei que valoriza o corpo de qualquer mulher e lá ficou desde a década de 70.

O estilo se renova a cada estação, com pequenas alterações na modelagem, mas sempre fica a sensação de que o feminino é que precisa prevalecer.

Seu escritório principal fica no Highline de Manhattan, parque suspenso que revitalizou bairros da região. Suas estampas são icônicas.

Nessa temporada da semana de moda de Nova York, trouxe mais vestidos e um longo transpassado de paetês dourados que não faria feio em nenhum tapete vermelho.








sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

A cor da pele de Kanye West é...

Mais de 18 mil pessoas lotaram o Madison Square Garden para ver o desfile da marca Yeezy, de Kanye West, hoje, em Nova York. O rapper, que é casado com a multisocialite Kim Kardashian, já ganhou o Grammy 21 vezes e é considerado por parte da imprensa americana o artista mais poderoso da atualidade.

Sua grife, Yeezy, poderia ser mais um delírio de rapper milionário. Só que não. As roupas são usáveis, confortáveis, modernas. Mas eu pirei mesmo foi na cartela de cor da roupas. Cor da pele para Kanye West é um monte de cores - marrom, marrom escuro, bege, preto, cor de carne. Que sacada fenomenal! E pinceladas de turquesa, vinho. Achei chique.

No meio do "desfile", em que um amontoado de modelos se mostrava no palco e embaixo também, Naomi Campbell surgiu com figurino preto. Na platéia, as irmãs de Kim, e mais Caitlyn Jenner, o padastro trans, (com modelito igual à filha Kendall), deram o ar da graça mostrando que Kanye rules! Confira as fotos do desfile sensação.




Modelos negras em looks Yeezy: a cor da pele em várias modelagens

 Naomi Campbell: pantera negra no desfile de Kanye West 













Kourtney e Kim Kardashian, Caitlyn e Kendall Jenner, usando o mesmo vestido rasgado. Todas as peças foram criadas por Kanye West para a Balmain

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Fungo - a nova travessura dos Irmãos Campana

Foi nos porões da fábrica de vidros tcheca Lasvit que os Irmãos Campana encontraram inspiração para o lustre Fungo. O chandelier foi inspirado pela forma fascinante de um cogumelo crescendo na madeira. 

"Visitamos o porão onde os moldes de madeira, usados para criar as formas das peças de vidro, são armazenados. Notamos uma espécie de cogumelo que cresce ali graças à umidade. Este cenário nos inspirou a criar a peça", diz Fernando Campana. 

Ao que o irmão Humberto Campana completa: "Nosso principal objetivo é criar um choque entre a rigidez formal da estrutura do candelabro e os pedaços de vidro que parecem germinar espontaneamente da madeira".

O Fungo foi lançado na Maison & Objet 2016, na França, uma das mais tradicionais e importantes feiras do circuito de decoração e design do mundo. Outras criações dos irmãos Campana como a série Candy (lustre e luminárias), também fizeram parte da mostra no estande da Lasvit. 



Lustre Fungo, criado pelos Irmãos Campana e lançado na feira Maison & Objet, na França

A inspiração veio dos porões da Lasvit, empresa tcheca criada em 2007 pelo empresário Leon Jakimic, revitalizando o tradicional mercado de vidros de Praga

Contraste entre vidro e madeira

Lustre da série Candy, lançado na Semana de Design de Milão, em 2015, esteve presente no estande da Lasvit na Maison & Objet 2016


Luminária da série Candy revisita a série Sushi, criada pelos irmãos Campana para Edra em 2002
As cores das luminárias remetem às balas vendidas em mercados populares